sábado, 2 de junho de 2012

Chopp alemão em SP

Depois de passar dias adoentada e sem muito apetite, acordo com um desejo incontrolável de tomar um chopp e comento com Ele, que mais do que depressa (sorriso de orelha a orelha), sugere me levar à Braugarten, cervejaria que visitou com o irmão e amigos há uns quatro anos e adorou. Simbora! São oito lojas no estado de São Paulo. Fomos à do Shopping Plaza Sul que fica aberta até às 23h. O movimento estava super tranquilo, o que nos permitiu até escolher a mesa. Um músico no mesanino tocava rock clássico. Sem hesitar, Ele já foi pedindo seu favorito: o escuro, e me explicando que o chopp é produzido no próprio local. Eu ainda pensava na possibilidade de pedir um com groselha (você também considera esse um sacrilégio, querido leitor?), porém, acabei acompanhando a escolha do namorado. O garçom prestativo e simpático explica a Ele que o chopp da casa é o tipo Dunkel e oferece o couvert (coxinhas, pães diversos, patê, manteiga, pasteizinhos...), que aceitamos e devoramos (custa aproximadamente R$6,00). A decoração é cenográfica, simulando uma cidade alemã. Bem interessante.
Logo depois, pedimos canapés de carpaccio (fatias finíssimas de carne crua, geralmente acompanhadas por um molho de alcaparras) com parmesão e rimos ao analisar minha relação com o prato ao longo do tempo, que passou de um terrível asco inicial a um consumo prazeroso e frequente. Estava delicioso. Encerramos pedindo uma sobremesa tipicamente alemã: Struddel de Maçã. Perfeita até o ataque vergonhoso de tosse que tive com a farinha (possivelmente de nozes) que acompanhava o sorvete, por conta da minha garganta inflamada. :S.

O que eu achei:





terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma boa surpresa da Alemanha

Por: Ele

Vou abrir essa parte do site que criamos pra falar de uma das nossas paixões: vinhos. Pra muita gente, é só mais uma bebida alcoólica, mas vamos ser sinceros, é a bebida mais charmosa que existe. Sério! Um vinho carrega história junto dele. Qualquer vinho, mesmo o mais vagabundo (desculpem-me os puristas), tem sua carga de história, de onde veio sua uva e de como ela foi transformada em vinho, e há uma carga tão grande de informação envolvida que eu costumo brincar com a ideia de que o vinho é uma bebida que exige leitura. Exige mesmo. Não sei ainda o quão entendedores de enologia serão nossos leitores, mas já vou avisando que eu sou um entusiasta, não sou nenhum sommelier e posso eventualmente dizer algo que pareça um sacrilégio aos olhos de um profundo conhecedor. Quando o fizer, me perdoem e, por favor, indiquem leitura a respeito.

Sou um apreciador dos vinhos tintos do Novo Mundo mas, por ironia, vou abrir esta seção do site falando sobre um vinho branco do Velho Mundo. Assitimos a um show do Lenine em Santo André, e após o término, fomos à Padaria Bella Vitória (escreverei sobre a padaria em outro post), onde, à noite, serve-se um buffet de sopas, pães e doces, de boa qualidade e variedade razoável, ambos optamos por uma sopa de quatro queijos e achei que seria apropriado harmonizar (vinho tem que ter sua parcela de frescura para ser interessante) com um vinho branco. Falando agora sobre isso de harmonizar, para quem ainda não entende, cada vinho acaba ficando mais saboroso com determinados pratos, assim como os pratos tem seu sabor valorizado pelo vinho certo, de maneira simplória, isso é o que se faz ao harmonizar um prato a um vinho. No caso, pelo fato de a sopa ser um caldo de queijos, relativamente leve, um vinho branco meio seco era uma escolha até óbvia.

A padaria tem uma boa carta de vinhos e optamos pelo Alemão Black Tower, que embora não seja um vinho caro ou muito rebuscado, se mostrou muito agradável. É um vinho leve, frutado com toques de maçã, tem baixa graduação alcoólica, apenas 9,5°. Um vinho bem fácil, feito a partir de uvas Rivaner ou Müller Thurgau, a segunda uva mais produzida na Alemanha, que depois descobri que é um país que consome dez vezes mais vinho que o Brasil: cerca de 25 litros per capta por habitante por ano. Vou confessar que até então eu associava vinhos alemães aos Lebfralmilch, para os quais eu já encontrei a tradução: leite da mulher amada ou leite de Nossa Senhora, e realmente não sei qual é a correta, mas a verdade é que esses se tratam de vinhos menores, doces de uma maneira até enjoativa a certa altura, vendidos em garrafas azuis e geralmente bem baratos.

Fica a recomendação do Rivaner que, por sorte, na padaria custou-nos bem pouco: R$ 27,00, o que é praticamente seu preço na prateleira de um supermercado, mas creio que pode alcançar preços um pouco maiores em restaurantes. Ainda assim, pelo prazer descompromissado que ele apresenta, vale seu preço.

Na próxima vez falaremos de um tinto para criar um hábito. Até lá, e Salut

O que eu achei:

terça-feira, 22 de maio de 2012

Argentina - Parte 1


Arizona Argentina Nunca Mais
Por: Ele

(Não entendeu o título do post? É uma boa oportunidade para eu lhe recomendar o filme “Arizona Nunca Mais” com Nicolas Cage.)
Recepção calorosa

Bom, vou fazer minha estreia no blog com uma história meio longa, então pra não cansar ninguém, nem a mim, em especial, vou dividi-la em duas partes. Gosto do texto leve, mais para a crônica do que para o jornalismo, até por que não sou jornalista, escritor, nem nada que o valha. Então, vou já pedindo desculpas se meu texto parecer um pouco desleixado, mas tem até algum charme, nisso, não é mesmo? (espero). Pra começar, fizemos várias viagens juntos, Eu e Ela, e todas sempre foram muito divertidas. Mas vou começar pela pior delas, assim, nenhum leitor vai se sentir desavisado quando decidir ir pelo mesmo caminho. Decidimos no final do ano que faríamos uma viagem para fora do Brasil, nada muito longe, até por que a grana não era tanta, mas passaríamos alguns dias do lado de lá da fronteira Brasil Argentina. Pesquisamos preços fizemos planos e decidimos que dividiríamos a viagem, seriam duas viagens curtas, quatro dias na Argentina e quatro dias no Chile. A internet facilitou muito todo o processo como sempre, eu já havia sido avisado que poderia ter problemas com reservas de hotel feitas pelo Decolar.com, então decidimos reservar apenas as passagens pelo site e os hotéis reservamos pelo Booking. Nesse aspecto não tivemos o que reclamar, as reservas estavam como o esperado, e no final de janeiro partimos pela Aerolineas Argentinas em voo sem escala de Guarulhos com destino ao Aeroparque em Buenos Aires. Chegamos, confesso que era minha primeira viagem para fora do país e eu estava um tantinho ansioso. Ao desembarcar achei que tinha ido parar num daqueles filmes dos anos setenta, o aeroporto é pequeno e antigo, tem até um certo charme decadente, o que é interessante, mas é escuro e dá alguma vontade de sair dele rápido, o que não é exatamente um problema, já que não estávamos lá para visitar aeroportos, mas depois de uma viagem que começou as seis e meia da manhã no Brasil, eu queria um café e Ela concordara comigo. Fomos até um dos cafés que funcionam logo que você sai no desembarque e pedimos duas media lunas e dois capuchinos. Não eram bons, não eram ruins, comida de aeroporto, que você é capaz de comer porque está com fome e paga caro por isso. Mas já comecei a achar o atendimento um tanto seco. Ela fala bem espanhol, eu enrolo, mas consigo me comunicar, digamos que fale um portuñol 2.0. Então, só abria minha boca quando não tinha outra opção mais inteligente, mas mesmo assim com Ela conversando educadamente com a garçonete e na língua nativa dava a impressão de que não havia a menor vontade de ser simpática. Bom, aeroportos não são o melhor lugar do mundo para fazer amigos e influenciar pessoas, é fato, então, não nos deixamos abalar pela primeira impressão, compramos um mapa turístico, um City Map de Buenos Aires na banca do interior do Aeroporto por cerca de 35 pesos e fomos procurar um táxi.

Na porta do Aeroparque há um local onde os taxis oficiais estacionam. Há a opção de se pegar um carro que faz a corrida por um preço fixo ou sair do aeroporto e pegar um dos táxis que ficam do lado de fora. Mas as histórias sobre pessoas que são enganadas, vítimas dos golpes mais diversos, (li uma lista bem criativa, capaz de fazer qualquer malandro da baixada fluminense ficar de queixo caído antes de viajar) são tantas, que preferi não arriscar. Pegamos um táxi oficial e observei se ele tinha o registro do motorista que deve estar na parte de trás do banco dele, com os dados, incluindo nome e telefone. Anote tudo! Mesmo! O taxista foi até simpático, perguntou de onde éramos e elogiou o espanhol Dela. Achamos muita graça quando ao passar em frente a uma favela na entrada da cidade ele comentou que era uma pena haver favelas lá, que em São Paulo não tinha disso, mas a vida é assim. Rimos e explicamos que São Paulo também tem, e muitas. Ele nos deu uma dica sobre onde comer uma parrilla ótima e por um preço justo em Puerto Madero (depois conto essa história). Mas, resumindo, esqueçam aquela história de que os taxis custam uma ninharia em Buenos Aires e que é mais vantagem percorrer a cidade de táxi que de outra forma. Do Aeroparque até nosso hotel, o Rochester Concept Buenos Aires, que fica na calle Maipú, rua paralela à calle Florida e há cerca de dois quarteirões do Obelisco, o que pelos meus cálculos dá uns dez quilômetros, (claro que eu confirmei isso pelo google maps antes de postar aqui), e sem fazer voltas, por que eu estava de olho no mapa o tempo todo, sabem o que dizem sobre macaco velho... ficou por 100 pesos argentinos. Uma corrida de dez quilômetros! Então, não foi mais barato que andar de táxi em São Paulo.

Chegando ao hotel bem mais cedo do que o horário do Check-in deixamos as bagagens no hall de entrada, devidamente acorrentadas, junto a um tanto de outras. O hotel não é luxuoso, mas tem uma decoração moderna e é aconchegante ao seu modo, mas a tentativa dos atendentes de falar em português, não estava ajudando muito, e estava ficando mais difícil de entender que se estivessem falando em espanhol. Tinha uma hora em que já não sabia mais que língua era aquela em que estávamos falando, se era portuñol ou espanglês. Vou falar a verdade, não era nada bonito de se ouvir não. Saímos pela cidade para explorar uma bela manhã de domingo na romântica Buenos Aires, com um sol bonito, um céu completamente azul e uma temperatura agradável. O que deveria ser uma manhã e tanto, não fosse pelo fato de que os argentinos não estavam tão animados quanto nós com a manhã, o sol e com o que quer que fosse. Saímos pela Maipú e seguimos até a esquina com a Avenida Córdoba, notamos que as lojas estavam ainda fechadas, a essa altura já era por volta das dez horas da manhã. Eu parei em frente a uma loja de vinhos admirando a bela estética daquela vitrine (sou apaixonado por vinhos) e havia um senhor porteño a quem Ela perguntou se as lojas não costumavam abrir aos domingos. O senhor olhou com descaso e disse que estavam todas abertas, eu achei que era pegadinha, por que todas as lojas que vimos na Av. Córdoba estavam fechadas, incluindo a loja de vinhos que estava ao nosso lado. Deixamos pra lá o mau- humor do homem, e seguimos até a Nove de Julho, onde vimos o obelisco. Havíamos lido uma matéria ainda no avião sobre a Calle Corrientes, a rua que nunca dorme, seus teatros, e seus sebos. Decidimos caminhar por ela. Para a nossa sorte havia lojas abertas.


Café localizado na Avenida Corrientes.
 Não entramos, mas a vitrine é charmosíssima.

A Corrientes é uma rua larga, há nela acesso a estações de metrô e realmente muitos cinemas, teatros e alguns sebos e cafés emblemáticos da boemia argentina e a sorveteria Freddo que também é outro patrimônio do país. Paramos depois de caminhar em um restaurante com aquele aspecto que se espera quando você vai para a Argentina, janelas grandes de madeira, mesas pesadas e antigas, um balcão que parece ter sido tirado de um filme dos anos trinta e os garçons vieram junto no pacote, da mesma época. O que mata é que os garçons não estavam nem um pouco a fim de nos atender. O atendimento beirava o revoltante. No início achei que fosse por causa da "propina", os dez por cento que não estão constando na conta mas que você paga para o garçom, a gorjeta que aqui no Brasil já vem discriminada, em muito lugares eles nem mesmo explicam isso, e não é raro os brasileiros saírem sem dar a gorjeta. Porém, mesmo depois que eu deixei claro num tom de cordialidade que já sabíamos que a gorjeta seria à parte, o atendimento não melhorou em nada. Pedi uma garrafa de 350 ml de vinho argentino, veio quente, e nem era época de São João. Foi a primeira vez na vida que paguei uma gorjeta com remorso por tê-lo feito, mas como eu já havia avisado que pagaria, não voltei atrás, mas não foi merecida. Pelo menos as media lunas estavam boas, mérito do cozinheiro, que nem ganhou gorjeta.
À noite fomos ao Puerto Madero, e comemos no Siga la Vaca, que havia sido a sugestão do taxista. Depois eu conto a experiência quando for falar da comida na Argentina.
Ainda tem mais história, pra postar na sequência. ;)



domingo, 20 de maio de 2012

A Sereia Céu e Sua Caravana

Por: Ela




Antes de estrear com o primeiro assunto desta página incipiente, gostaria de esclarecer que não sou autoridade alguma quando se trata de música, apenas uma grande apreciadora da arte compartilhando suas impressões, as quais acredito serem muito similares às de grande parte do público que prestigiou o lançamento de “Caravana Sereia Bloom”, terceiro da carreira de nossa conterrânea Céu (cujo trabalho acompanhamos há alguns anos), que deu início ao seu show na noite de 10 de março, no SESC Vila Mariana, iluminada de azul, com um figurino-fantasia insinuando a personagem do título de seu álbum. Apresentando canções de sua autoria, de Lucas Santana, Jorge du Peixe (Nação Zumbi), Gui Amabis, entre outros, e três em inglês, como sempre, Céu encantou com sua simpatia e delicadeza vocal e corporal, radiante com sua banda luxuosa e, segundo ela, 'seu tecladinho fulero’. Esse trabalho imagético, que tem como tema principal a estrada, também fala de amores e causos, ora com um leve toque de música latina, ora com uma pegada Jovem Guarda, e arranjos que me lembram um pouco o aspecto eletrônico do “Samba Raro” de Max de Castro. As poesias cantadas são simples e cativantes, salpicadas com alguns regionalismos. A plateia sedenta por performances de algumas das músicas favoritas de trabalhos anteriores também foi presenteada com versões super interessantes e mais agitadas de “Ave Cruz” e “Cangote” faixas do álbum anterior “Vagarosa”.

Minhas faixas favoritas: “Contravento”, “Amor de Antigos”, “Streets Bloom” e “Chegar em Mim”.

Visite sempre a página do SESC para consultar programação. Ele oferece shows excelentes e para vários gostos a preços populares (entre R$6,00 e R$32,00).

Se você ainda não conhece a Céu, recomendo que pesquise sobre seu trabalho no youtube ou no facebook.

http://www.youtube.com/watch?v=tt1oaiwkVo4&feature=related

  O que eu achei:


Gostamos tanto do show que repetimos a dose e fomos vê-la novamente no SESC Belenzinho, dessa vez em um ambiente mais intimista, com um número reduzido de pessoas.


Até o próximo post!